sábado, 16 de maio de 2009

Gloria Gaynor
Por Valdir Appel

Não lembro bem o ano. O dia e o mês sim: 22 de novembro, quarta. Tá no ingresso.
Em São Paulo, no apartamento do meu compadre Lourenço, abri o caderno B do Estadão: Gloria Gaynor no Olympia.
“E aí Lourenço, vamos ver a black Gloria?”
“Não conheço! Quem é?”
Não disse. Afinal, quem não conhece a rainha da disco music não deve ser muito ligado em música discoteque.
Pedi apenas que me levasse ao Olympia e me buscasse depois.
Comprei ingresso naquelas mesas coletivas.
Era o que sobrava.
Seis ocupantes. Seis desconhecidos. Seis apaixonados pela negra Gloria.
Cinco. Ver-se-ia depois.
Não tenho a mínima idéia de quem fez o pré-espetáculo de cantora.
Impaciente aguardei o início do show. Os vizinhos nem se falavam.
Esperavam.
Como eu.
E ela surgiu soberba. Invadiu o palco. O público.
Cantei junto, dancei o que não sei, me emocionei.
Gloria. Gloriosa, inteira, vozeirão atravessando o peito.
Estremecendo a casa de espetáculos.
Ao meu lado uma jovem senhora balançava o esqueleto sem pudor, em todas as músicas contagiantes da black.
O marido, sizudo, semblante fechado, contrariado, não movia um músculo.
Braços cruzados, não vendo hora de o show acabar.
Deve ter ido na marra.

Um comentário:

BLOG DO ROBERTO VIEIRA disse...

Gloria faz parte dos meus pileques e cantadas que não deram em nada... Indispensável!